segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Indústria Fonográfica


Para esclarecer alguns detalhes que fizeram a diferença sobre a origem e o desenvolvimento da indústria fonográfica é necessário explicar o que seria de fato a indústria fonográfica e sua importância no mercado.
Trata-se de uma rede de produção e distribuição de um dos principais produtos de consumo da indústria cultural: A música gravada; hoje podemos dizer que seu consumo gera um mercado que é o sexto maior do mundo.
Dois anos após ter sido criado por Thomas Alva Edison, em seu laboratório em Nova Jersey, o aparelho denominado fonógrafo foi demonstrado pela primeira vez no Brasil em 1879.
No Brasil, o responsável pelo início da difusão do mercado fonográfico foi Frederico Figner que veio para o país em 1891, com um fonógrafo e alguns rolos de cera. O invento de Edson era apresentado como um espetáculo para platéia pagante. Por volta de 1909, a Casa Edison de Figner era detentora da maior parcela do frágil mercado de disco nacional. A empresa também foi responsável, pelo primeiro suplemento de discos, tendo como lançamento, “Isto é bom” com Baiano (1902), apontado como a primeira gravação comercializada no Brasil.
No tocante à predileção popular por certos gêneros musicais na primeira década do século XX, pode-se observar basicamente a repetição das características predominantes no final do século XIX.
“São os mesmos gêneros – valsa, modinha, cançoneta, chótis, polca –, as mesmas maneiras de cantar e tocar, as mesmas formações instrumentais, a mesma predileção pela música de piano. Também continua a predominar a influência musical européia, principalmente a francesa.” (Severiano e Mello, 1997, p.17)
Só para se ter uma dimensão do grau de desenvolvimento previsto já na virada do século, basta lembrar que os Estados Unidos, que se tornaria décadas depois o principal exportador de música do mundo, já tinha uma lei de Direitos Autorais, que, por este período, estava expandindo-se também para o ramo das apresentações ao vivo.
O pioneirismo da Casa Edison pode ser visto como a fundação do incipiente mercado fonográfico brasileiro, tendo sido a primeira loja de discos do país, ao mesmo tempo em que também atuava no ramo das gravações.
Logo surgiram os concorrentes de Figner, agora realizando gravações de cilindros com música popular.
A Era elétrica garantiu a expansão da produção e comercialização do disco. Na década de 40, o surgimento do micro-sulco possibilita a ampliação do tempo de gravação de quatro para trinta minutos e a eleição da canção popular como principal conteúdo a ser registrado. Com as inovações do contender musical, surgem inúmeras nomenclaturas para designar os distintos formatos e rotações por minuto.
O primeiro disco de grande duração, Long Play (LP), foi criado por Peter Goldmark e começou a ser comercializado pela empresa Columbia em junho de 1948. Normalmente, os discos eram fabricados com cinco ou seis músicas de cada lado e capa em papel cartão. Semelhante ao ocorrido com outros formatos surge também o novo aparelho para reprodução; a “vitrola. O primeiro LP nacional “Músicas de Carnaval”.
Para a contemporaneidade com a evolução dos micros computadores e softwares consolida-se o novo contender musical, o disco compacto (CD). O suporte começou a ser utilizado em 1982, introduzido no mercado pelas gravadoras CBS e Sony para a substituição do LP. Em relação à produção e trabalho de estúdio, o CD proporcionou inúmeros avanços como agilidade na correção dos defeitos, o barateamento na fabricação, o barateamento da mão de obra, a facilidade no transporte, entre outros.
Assim, como o LP, o CD passa a preservar e espelhar parte do arsenal cultural brasileiro. É uma peça artística que não preserva apenas o som, mas também imortaliza um conceito estético/ histórico revelado desde a capa. Contudo, hoje já se fala na extinção definitiva do CD, postura típica do país acostumado com substituição. Os avanços tecnológicos não param e com certeza, novas engenhocas transformarão inúmeras vezes as formas de registro e comercialização do conteúdo musical.

 Karla Maia e Ivone Rodrigues

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