quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Era de ouro do Rádio

Por Laryssa Alves


A Era de Ouro do Rádio começou em 1940. Nessa época, a rádio já estava consolidada  e as pessoas tinham um verdadeiro fascínio por ela. As emissoras eram riquíssimas e com isso, deram início a formação da indústria cultural no Brasil. Ou seja, a rádio se tornou um mito e assim movimentava diversas indústrias, desde a moda até a propaganda do sabonete. Como a rádio passou a ser  um fábrica de mitos, refletindo sempre o imaginário e os desejos coletivos, as pessoas sonhavam em ter  o vestido da Princesa Diana, a casa do Michael Jackson, entre outros sonhos. A idéia do artista ser rico surgiu com a comunicação massiva que as empresas faziam, porque antes o artista era uma pessoa fracassada, sem rumo na vida. A comunicação de massa veio para legitimar os artistas e os músicos.
Um dos maiores exemplos da rádio naquela época foi a Rádio Nacional, essência do rádio no Brasil, liderando audiência desde a sua fundação até 1960, quando teve início o seu declínio. A Rádio Nacional foi “roubada” e se tornou instrumento político e ideológico. Getúlio Vargas, presidente na época, transformou a rádio em uma repartição pública. Ele burocratizou  a rádio para começar a censura. O ícone da comunicação era o Rádio e com a chegada da TV em 1950, ele foi deixado um pouco de lado e os artistas, as propagandas, entre outros, migraram para a nova mídia.
Enfim,não existiu uma decadência do rádio, pois ele continua vivo até  hoje. O que acontece é que não se ouve rádio como antigamente, hoje as pessoas ouvem o rádio fora de casa e não utilizam mais para informação e sim para o entretenimento. 

Vídeo de um breve resumo da Era de Ouro do Rádio

  • Principais programas e cantores da época


Carmen Miranda – sua carreira artística percorreu o Brasil e Estados Unidos. Ela trabalhou no rádio, no teatro, na revista no cinema e na televisão. O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O País como "a maior cantora brasileira". Em 1933 ajudou a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano, assinou um contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga . Em dezembro de 1936, Carmem deixou a Mayrink Veiga e assinou com a Tupi.




 Emilinha Borba - Os concursos populares, que servem como termômetro de popularidade do artista, sempre foram constantes e as pesquisas realizadas, na fase áurea do rádio, 99,9% deram vitória a Emilinha Borba, tornando-a a artista brasileira que possivelmente possuiu mais títulos, troféus, faixas e coroas.O simples anúncio de sua presença em qualquer cidade ou lugarejo do país, era feriado local e Emilinha simbolicamente recebia as chaves da cidade e desfilava em carro aberto pelas principais ruas e avenidas sendo aplaudida, ovacionada e acarinhada pelos habitantes e autoridades da localidade.

Emilinha Borba no Programa de Cesar Alencar
http://www.locutor.info/audioEradeOuro/RadioEmilinhaBorba.mp3



 Aracy de Almeida- Cantava samba, mas era apreciadora de música clássica e se interessava por leituras de psicanálise. Os que conviviam com ela, na intimidade ou profissionalmente, a viam como uma mulher  esclarecida. Tratada por amigos pelo apelido de "Araca", Noel Rosa disse que  Aracy de Almeida é, na  sua opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que ele produz.




 Ademar Casé - Pioneiro do rádio, criou o Programa Casé, primeiro programa de rádio comercial do Brasil, iniciando suas transmissões em 14 de fevereiro de 1932. Nas décadas de 1930 e 40, Ademar Casé revolucionou o rádio do Brasil, sendo o primeiro a pagar cachê aos artistas e fazer um contrato de exclusividade. No início de carreira vendeu rádio de porta em porta e em seguida fez o primeiro jingle “Pão Bragança”, onde veio o sucesso estrondoso.




Voz do Brasil - A Voz do Brasil é um noticiário radiofônico público, que vai ao ar diariamente em praticamente todas as emissoras de rádio aberto do Brasil.. O programa faz parte da história de radiodifusão brasileira, além de ser o  mais antigo do rádio.


Programa A Voz do Brasil



 Repórter Esso - O programa radiofônico trouxe para o radiojornalismo brasileiro uma novidade. A informação por ele divulgada não era apenas notícia, mas se constituía, também, em informação dirigida, em propaganda político-ideológica, produzindo e construindo sentido e com alvo certo: o governo e determinados segmentos da sociedade brasileira. Foi o primeiro noticiário do Brasil que não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais, pois as matérias eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle dos Estados Unidos da América.

Repórter Esso



Rádio Nacional - A Rádio Nacional foi a primeira emissora do Brasil a organizar uma redação própria para noticiários, com a rotina de um grande jornal diário impresso. A emissora da Praça Mauá  construiu uma divisão de radiojornalismo com mais de uma dezena de redatores, secretários de redação, rádio - repórteres, informantes e outros auxiliares, além de uma sessão de divulgação, sessão de esportes completa e um boletim de notícias em idioma estrangeiro, que cobria todo o continente.

Rádio Nacional


Rádio Nacional (vinhetas)




Programa PRK 30 - Pela poderosa onda da Rádio Nacional do Rio de Janeiro chegava um programa chamado PRK-30, transmitido a todos os lares brasileiros. Era apresentado pelos humoristas Lauro Borges e Castro Barbosa, que nos alegrava. Os dois humoristas faziam mais de 20 tipos: imitavam correspondente internacional, calouros, cantores, contavam piadas, notícias e faziam trocadilhos.


PRK 30 



Balança mas não cai - Balança Mas Não Cai estreou em 1950 na Rádio Nacional. O programa era ancorado por Wilton Franco. Ele apresentava os quadros humorísticos, supostamente passados nos apartamentos de um edifício residencial fictício, onde moravam os personagens.

 Balança mas não cai



  • Fontes




0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More